Contos de Natal
Natal à minha volta
Enquanto
pensava, desesperadamente, ouvia uma voz a sussurrar à minha volta:
— Entra!
Entra, Ana!
Assustada, sem saber o que fazer, estava
ajoelhada, a deitar lágrimas sem parar:
— Porquê? Não te consigo ver, não acredito em
ti! Revela-te!
Ninguém
respondia, até que um tronco de árvore de Natal se mexeu e se colocou em cima
do meu ombro, pedindo-me:
— Não chores, minha bela menina.
— És uma árvore de Natal e estás a falar
comigo?
— Sim, sou eu, mas não te assustes. Não te
faço mal, Ana Rita, gostava muito que conhecesses o local onde vivo.
E abrindo a porta dourada que parecia uma
rocha gigante pintada com tinta amarela, ouviu-se uma gargalhada a cantar
alegremente.
— É Natal, é
Natal! Todos a cantar… Na, na, na, na …
“Não pode ser verdade! Não me digas que é… “
pensei.
— Olá! Sou o Pai Natal! Como estás?
— Olá! Estou bem, obrigada! – respondi com um
ar de entusiasmo, pois queria conhecê-lo e saber o seu segredo, ou seja, saber
como construía os brinquedos tão rapidamente!
De repente,
ouviu-se uma voz muito fina a vir na minha direção, cumprimentando-me:
— Olá! Eu
sou o duende, o ajudante do Pai Natal. Estes são todos meus irmãos!
— Então?
Queres ver a minha fábrica, Ana Rita?- indagou o Pai Natal.
— Sim, sim!
Então esse é que é o seu segredo!
Quando
entrei na fábrica, existia uma parede secreta, fiquei pasmada e contei:
— Oh! A
fábrica é enorme! Tem bonecos de qualidade, carrinhos de corrida, roupas
modernas, casinhas de bonecas com louças de ouro e tudo cheio de esmeraldas e
diamantes … Meu Deus! Nunca me passou pela cabeça que isto era assim!
— Acho que
este dia foi muito longo para ti! Queres beber um chá e conversar? – recomendou
o Pai Natal.
— Pode ser,
obrigado!
Conversamos,
rimo-nos e contamos anedotas. Foi tão divertido!
— Gostava de
estar mais um dia convosco! - desejei.
De repente
os meus olhos tornaram-se de todas as cores, parecia um arco-íris dentro dos
meus olhos! Entretanto, abri-os e vi que estava no meu quarto.
— Isto foi
tudo um sonho! Provavelmente hoje é dia de Natal!
E ouvi uma voz familiar desejando e gritando
“Feliz Natal!”
Ana Rita
Chorosa Cruz, Nº 4 - 6.ºB
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