Oficina de escrita
Crónica
Saio de casa, entro no carro, faço-me à estrada como todas as manhãs desde há três anos. Como qualquer outra pessoa, tento sempre evitar o trânsito para facilitar a minha vida, mas algumas vezes é impossível! E hoje é um desses dias.
Apenas uma pequena particularidade diferencia este dia dos outros. Olho em meu redor e algo de extraordinário está a acontecer: os automobilistas retidos no trânsito, em poucos instantes, começam a sorrir para o condutor do lado.
Não percebo, então decido perguntar ao pendura do carro mais próximo. Este aconselha-me a ligar o rádio. Ligo, de imediato compreendo o porquê do sucedido.
A pesar da minha felicidade provocada por aquela situação, não me posso atrasar tendo em conta que o meu patrão é bastante maldisposto.
Estaciono o carro no meio daquela confusão e entro no metro mais próximo. Lá dentro, um silêncio sepulcral, sente-se frieza, falta de convivência e de comunicação, o que não me agrada nada. Espero uns minutinhos, reflito e decido avançar. Sorrio para a pessoa ao lado. Ela acha estranho mas sorri. Outro indivíduo vê e sorri também, até que, passados uns instantes, o ambiente no metro muda completamente, fica mais alegre sem dúvida.
Chego atrasada ao trabalho. Primeiramente, vejo o meu superior com má cara. Sorrio. Fica perplexo e eu aconselho-o a ligar o rádio. Acaba por sorrir. Nestes anos todos, é a primeira vez que o vejo sorrir.
No final do dia, volto para casa felicíssima e a pensar que, às vezes, só precisamos de um empurrãozinho para mudar a nossa vida. 😊
Ana Cardadeiro, Ângela Cruz, Débora Rua, Luís Gentil, 9.º A
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