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[uma apreciação de Meu pé de laranja lima de José Mauro de Vasconcelos]


Na minha opinião, os aspetos mais marcantes da obra Meu Pé de Laranja Lima são a sensibilidade de Zézé – a personagem principal, uma criança de cinco anos –; a sua bondade, em contraste com as traquinices que fazia, e o carinho que ele tinha com o seu irmão mais novo e com o Portuga.

Fig. 1 - Cenas do filme Meu pé de laranja lima, uma adaptação da obra homónima

Acima de tudo, este menino era uma criança muito prestável e inteligente. Sentia sempre necessidade de ajudar. Além disso, sempre que reconhecia ter feito algo errado, trabalhava para o corrigir. Por fim, acho que sofria muito pelas outras pessoas. Por exemplo, sentia angústia pela situação do pai, por este estar desempregado, ansioso e frustrado, ou pelo irmão por não ter tido prenda de Natal.

Apesar de tudo, o Zézé, como qualquer criança, fazia as suas traquinices, o que é normal, mas tentava sempre redimir-se.

Fig. 2 - Cenas do filme de 1970, a primeira adaptação da obra ao cinema

Era também carinhoso e afável, qualidades evidenciadas pela paciência e cumplicidade que tinha com o irmão mais novo, e pela amizade e confiança que depositou na figura de Manuel Valadares, a quem, carinhosamente chamava de Portuga.

É na evolução psicológica da personagem Zézé que, para mim, está o mais importante da obra: os valores humanos sobrepõem-se a qualquer bem material. Zézé ensina-nos a humildade, o perdão, o valor do dar a quem nos ama e a importância do afeto na construção do indivíduo.


Rafael de Oliveira Patarra, 9.ºB

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