Oficina de escrita
Ascensão e Diana
Ia eu
a passear pela rua quando avistei duas mulheres…
Uma
era idosa e trazia na cabeça um belo lenço, tão belo como as folhagens que caem
no outono e como as ondas do mar que batem nas rochas e, lentamente, se vão
desmoronando.
Tinha os olhos semifechados como duas
lantejoulas cortadas ao meio. O seu nariz era bastante saliente e a sua boca
carnuda era mais rosada do que vermelha. O seu rosto era oval e enrugado como a
areia no fundo dos oceanos. Vestia uma camisa aos losangos com botões vermelhos
e, por cima, trazia uma casaca cinzenta com as mangas arregaçadas e que
procurava apertar com a sua mão enrugada. Ao seu lado, encontrava-se a sua neta
Diana, de nove anos. Tinha cabelo escuro e liso. Seus olhos eram expressivos e
tinha o nariz achatado. A sua boca era fina e esboçava um sorriso. Vestia um
camisolão amarelo com uma bonita gola. Com o peito encostado aos grandes seios
da avó, denotava estar muito atenta.
Pela conversa entre a idosa e o padeiro
daquela região, percebi que o seu nome era Ascensão. Que nome tão antigo era aquele!
Parecia lembrar as pombas a voar no cimo das nuvens em grande harmonia! Todavia,
Ascensão transmitia um olhar agressivo e simultaneamente defensivo. A sua neta
Diana, pelo contrário, parecia pacífica.
Apesar de todas as impressões
resultantes da expressividade das suas feições, Diana e Ascensão eram muito
amorosas uma para com outra, pois davam-se muito bem, o que, hoje em dia, é
raro acontecer.
Adriana
Gomes Dias, n.º 1, 5.ºA
Afonso
Heleno Guilherme Simões, n.º 2, 5.ºA
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