Cronista por um dia
Ler é crime?
Acordo, tomo um duche. São 8 horas e resolvo ir ao parque. A caminho do parque vejo uma livraria. Uma livraria com poucos livros e parece que não está lá ninguém. Decido entrar. Um livro chama a minha atenção. A rapariga no comboio, parece um livro interessante. Pego no livro e dirijo-me à caixa. De repente, sai uma senhora de uma sala. A senhora parecia feliz, mas ao mesmo tempo em pânico. Pago e saio da loja.
Dirijo-me a um banco público, ao mais próximo. Sento-me e começo a ler. Apercebo-me que estão a olhar para mim como se fosse uma pessoa anormal ou simplesmente como se estivesse a cometer algum crime. Aqueles olhares e expressões assustam-me. Será que eles nunca viram uma pessoa a ler? Ou será que é proibido? Apetece-me perguntar, mas alguém me puxa e ouço uma voz.
- O que está a fazer?
Era a voz de uma criança. Antes que pudesse responder, uma senhora, provavelmente a mãe, puxa-o, afastando-o de mim.Ouço murmúrios vindos de todos os lados.
Mas porquê? Por que estas pessoas estão aqui? Porque não vão às suas vidas? Ah! Já sei! Estas pessoas nunca leram livros e não sabem o que é arte. Uma das artes que mais adoro. Tenho saudades do passado em que líamos, em que, quando tínhamos trabalhos, íamos em busca de livros e pensávamos logo: "Hoje, tenho que ir à biblioteca da minha rua!".
Ana Rita Chorosa, 9.º B
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