Escrita criativa
Numa ilha deserta
Um
dia, numa chuvosa e aborrecida manhã de inverno, o tempo apanhou de surpresa o
jovem Moreira, que caminhava sussurrando na rua dos Clérigos, no Porto, uma rua
coberta pela escuridão da manhã e a humidade da chuva.
De
repente, o vento abriu a boca, soprou, soprou e soprou... o seu poder era tão
forte que o levou pelo ar. Muito assustado, ele gritava sem parar, enquanto
passava por cima dos telhados das casas. As nuvens choravam continuamente e as
sua lágrimas encharcavam as roupas de seda do pobre homem. Foram minutos e
minutos, horas e horas a voar nas asas do vento Norte. Lá em baixo, nas
entradas dos prédios, viam-se tamanhos mares de água. O viajante passou por
muitas cidades, até que o vento parou de soprar e as nuvens de chorar. Foi então
que, de repente, ele caiu numa camada de areia macia, fina e límpida. Estava
numa ilha, a salvo da chuva e do vento. Com enorme entusiasmo, saltava de
alegria! No entanto, um pensamento veio perturbar aquele momento de felicidade:
não sabia onde estava e não tinha como voltar. Além disso a sua roupa estava
molhada.
Procurou
acalmar-se: tudo se havia de resolver! Começou a andar e viu palmeiras cheias
de fruto, um lago de águas cristalinas e um tronco enorme que lhe poderia
servir de abrigo. Pôs a roupa a secar, bebeu daquela água e comeu uns cocos que
encontrou. E, quando já se preparava para ali ficar, avistou ao longe um barco
que o levaria de regresso a casa.
Maria
Stela Fernandes, 5.º B
Comentários