"Os livros que devoraram o meu pai" de Afonso Cruz


... a ler




Recentemente, um aluno pediu-me conselho para uma obra de leitura recreativa. Lembrei-me, então, de um livro que uma amiga me aconselhara em tempos. Nem mesmo o autor me era familiar. O título deixou-me curiosa. Que livros poderão devorar-nos se somos nós, leitores compulsivos, que, habitualmente, “devoramos livros”? Não é isso que acontece quando gostamos tanto de ler? E “perdemo-nos” nos livros, entrando nas histórias como se fizéssemos parte dela, interferindo no desenvolvimento da ação.

Pois bem, foi o que aconteceu ao protagonista do livro de Afonso Cruz “Os livros que devoraram o meu pai”.

Quando fez 12 anos, Elias teve acesso aos livros que o pai lera em vida. Ao contrário do que se dizia, que o pai morrera de enfarte, o rapaz acreditava que ele tinha ficado “preso” em “A Ilha do Dr. Moreau”, um dos livros que lera e que estava cheio de anotações. Foi então que, seguindo as “pegadas” do progenitor, o rapaz iniciou uma “viagem” pelo mundo dos livros, lendo obras de referência diversas, cujas histórias vai entrelaçando, e que são portas abertas para outras leituras.

Tal como o próprio autor esperava, é um livro “para refletir um pouco sobre o modo como lidamos com as nossas memórias, em especial com a nossa culpa” e uma narrativa “que serve de incentivo à leitura” para além de proporcionar momentos de entretenimento.

Mais do que fantasia, esta história mostra como a leitura pode ser emocionante e proporcionar-nos viagens infinitas.

    M. Leonilde Rodrigues

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