TEMPO DE LEITURA
Agustina Bessa-Luís, literatura no
feminino
É
uma das mais consagradas escritoras da literatura portuguesa contemporânea, com
uma vasta e variada produção literária, desde romances, peças de teatro,
ensaios, biografias romanceadas, guiões para televisão, crónicas de viagens e livros
infantis.
Desde criança que tem o fascínio pela
leitura e escrita, tendo publicado o seu primeiro romance Mundo Fechado (1948),com 16 anos. Em 1954, com o romance A sibila,
Agustina impõe-se como uma das vozes mais importantes da ficção portuguesa
contemporânea, tornando-se um “case
study” pela forma inovadora de narrar e pela capacidade de recriação de
personagens e ambientes, dando muita autenticidade aos universos ficcionais.
A escritora gosta de retratar o mundo
masculino e feminino e o sistema de relações que se estabelecem entre eles, os
jogos de poder, como espelho do sistema de valores de uma época. É uma forma de
questionamento. O seu universo literário é povoado por mulheres de várias
idades e condições, submissas mas, também, detentoras dum poder de preservação
e sentido de responsabilidade por contraste com o homem, causa de declínio de
uma certa ordem como em A sibila. O seu
mundo ficcional é influenciado pelas suas vivências de infância e adolescência
passado num ambiente rural na zona do Douro, de onde é originária.
Detentora de prestigiados prémios entre
eles, o Prémio Delfim Guimarães, com a obra A sibila (1954), o Prémio Camões
(2004), o mais importante prémio literário português, aos 81 anos, pelo
conjunto da sua obra.
Muitas das suas obras têm sido adaptadas
ao cinema pelos realizadores Manoel de Oliveira e João Botelho.
Para
além de escritora, exerceu cargos de direção no jornal Primeiro de Janeiro e no teatro D. Maria II. Foi membro de
academias literárias nacionais e internacionais. A sua atividade literária foi
interrompida em 2006 por causa de um acidente vascular cerebral.
Para melhor
compreensão da mulher e da sua obra, vê os seguintes vídeos:
- a reportagem no programa Ler mais e Melhor , http://www.youtube.com/watch?v=HbMBPKD2mIg
- o seu doutoramento honoris causa atribuído pela Universidade do Porto . http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=595336&tm=4&layout=122&visual=61
Isabel Aires
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