Contos de Natal

Um dia muito especial

As ruas cobriam-se de neve, as crianças brincavam alegremente, fazendo bonecos, até que algo me chamou a atenção: era uma gruta. Repentinamente, vi uma rena a passar, escondi-me para não a assustar.

 Abre-te, Sésamo! - ordenou a rena.


Fiquei pasmada, não só por a rena ter falado, como pela pedra se ter movido. Passado algum tempo, a rena voltou e exclamou:
 Bem, está tudo em ordem, vou-me embora!

Quando já não a avistava, aproximei-me da gruta com curiosidade e ordenei:
 Abre-te, Sésamo!
A gruta abriu-se. Cada vez mais curiosa, entrei. Qual não foi o meu espanto, quando vi presentes, enfeites… decorações que tinham a ver com o Natal.


No fundo da gruta, existia uma porta dourada. Aproximei-me, estava encostada, não hesitei e entrei. Em cima duma almofada, encontrava-se uma estrela espantosa, que brilhava sem parar e aproximei-me dela. Sem saber, havia uma pedra mágica, onde pus o pé. Sem dar conta, fui parar a uma cidade mágica. Os presentes tinham asas, as renas andavam de um lado para o outro atarefadas e falavam. Não consegui descrever tanta emoção!

Naquele local mágico, encontrei um duende verde, questionei onde me encontrava naquele momento e ele respondeu:
 Não sabes onde estás? Estás na terra mágica, na cidade do Natal, onde a magia não tem fim!

Eu encontrava-me num sítio mágico e desconhecido, onde nunca tinha ido. Nem podia acreditar! O duende exclamou:
 Anda comigo, eu apresento-te a cidade e as pessoas que cá vivem!
 Está bem, estou ansiosa por conhecer as pessoas que vivem neste local mágico!

De repente, aproximei-me duma fábrica, os duendes que lá trabalhavam estavam em greve, porque ainda não tinham recebido o ordenado daquele mês e eu indaguei:
 O que se passa aqui? Porque estão tão frustrados?
Eles responderam:
 Estamos em greve, ainda não recebemos o salário deste mês!
 Não é caso para estarem revoltados. O vosso patrão pode não ter possibilidades para vos pagar agora, mas mais tarde poderá fazê-lo! Quem é o proprietário desta fábrica? - perguntei eu.
 É o Pai Natal!

Decidi ir conversar com ele.
 Olá, a que se deve esta visita?- questionou o Pai Natal.
 Os duendes estão lá fora completamente desmotivados- contei-lhe eu.
 Eu sei, eu sei, neste Natal tem sido complicado, as crianças têm feito menos pedidos, há uma menor produção.
 De qualquer das formas o melhor é arregaçar as mangas e começar o trabalho!- aconselhei eu.
— Abrimos as portas da fábrica e começámos a trabalhar.
O Pai Natal achou que o seu trenó já estava a envelhecer. Então decidiu modernizá-lo.
 Eis o que é preciso arranjar!-pensou o Pai Natal todo entusiasmado.


Era preciso sobretudo informar-se sobre o meio de transporte mais apropriado. Mas antes de tudo, dirigiu-se ao estábulo e informou todas as renas de que estavam de férias. Naquela tarde, as renas ficaram espantadas ao ver o seu mestre amado aterrar num avião todo dourado atrás dum pinhal cheio de neve.


O Pai Natal anunciou-lhes:
 Estão oficialmente de férias!
Os olhares das renas entrecruzaram-se. O Pai Natal estava a pô-las de lado. Foram deitar-se muito desoladas, à exceção de uma que saiu com uma atitude feliz, porque não tinha que trabalhar. As outras ficaram a pensar onde ela iria.

No dia seguinte, depois de uma noite bem agitada, as renas viram o avião levantar voo. Passado algum tempo, uma televisão com asas aterrou junto delas a informar de uma aterragem turbulenta de um avião dourado. No ecrã, o lenhador explicou que a causa do acidente foi falta de gasolina.
 Foi uma catástrofe!- afirmou o lenhador.

Uma hora mais tarde, o Pai Natal encontrava-se em cima dum «monstertruck» brilhante. Desta vez o depósito de gasolina estava cheio. O «monstertruck» lançou-se à estrada a altas velocidades até que caiu dentro dum grande buraco. O Pai Natal tinha que encontrar outro meio de transporte mais seguro e adequado. Com efeito, ao anoitecer, em frente de um grupo de jornalistas inquietos, o Pai Natal estreou uma fantástica mota de neve azul. As crianças esperavam pelos seus presentes junto das chaminés…cada dia, cada hora e cada minuto pareciam infinitos...

O Pai Natal andava desesperado e cansado. Então decidiu dormir junto das suas amadas renas. De repente, lembrei-me:
— Porque não compras um trenó novo e voltas a passar as noites de Natal com as tuas renas?
 Por acaso, não é má ideia! Na verdade, é muito feio desprezar as minhas queridas renas que me têm acompanhado ao longo de séculos! Fui sempre muito feliz com elas! - concordou o Pai Natal.


Na tão desejada noite de Natal, todas as crianças tiveram os seus presentes e passaram o Natal felizes. No final da distribuição dos presentes uma das renas exclamou-me:
 Já foi muita agitação por hoje, o melhor é voltares para o teu espaço!

Num estalar de dedos, vi-me novamente dentro da gruta.
Carolina Cardadeiro, 6.ºA

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