TEMPO DE LEITURA: Irene Lisboa


Irene Lisboa, inovadora na palavra e na forma poética



Esta grande escritora e pedagoga viveu entre 1892-1958, apesar do seu valor não teve durante a sua vida nem postumamente a projeção merecida.


Inovadora na forma de escrever, rompeu com os cânones da lírica tradicional aproximando a poesia do formato da prosa, abandonando a rima e a linguagem figurada, passando a usar uma linguagem mais concreta e coloquial quer nos textos poéticos como narrativos preocupando-se em registar o quotidiano do povo, os pequenos e simples momentos da vida, deixando transparecer uma crítica velada aos valores da burguesia.

Apesar de ser oriunda de um meio social abastado, não se coibiu de dar voz aos mais humildes, misturando-se no seu seio, convivendo e observando-os, o que parece ter contribuído para a indiferença das editoras mais conservadoras na divulgação da sua obra.

Irene Lisboa nasceu na aldeia de Casal da Murtinheira, conselho de Arruda dos Vinhos, mas estudou em Lisboa onde tirou o curso do Magistério Primário. Aí lecionou, até ganhar uma bolsa do Instituto de Alta Cultura, em Genebra, onde se especializou em Pedagogia.

No âmbito do seu trabalho de docente, foi convidada para Inspeção para o setor de apoio pedagógico aos professores em exercício. Ao apresentar um programa de grande reformulação desse órgão, foi afastada e convidada a exercer a profissão no Norte do país ou a sair do ensino, tendo escolhido a última opção. Aos 48 anos, passou a dedicar-se inteiramente à produção literária e científica e a dar conferências.

Irene Lisboa gostava de usar pseudónimos: as obras poéticas Um dia e o outro dia (1936) e Outono havias de vir (1937) foram publicadas sob o nome de João Falco. Nos estudos científicos, usou o pseudónimo de Manuel Soares e Maria Moira.


A sua obra literária reparte-se pela poesia, crónica, novela e pelo conto. Iniciou a sua produção literária em 1926, com o livro de contos Os treze contarelos destinado ao público infantil. Os mais conhecidos sucessos foram Um dia e outro Dia, 1936; Esta cidade!,1942; Uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.

Foi uma mulher à frente no seu tempo, pela forma de pensar, não se revendo nos parâmetros sociais, literários e políticos vigentes.

Fontes de informação:
http://www.infopedia.pt/$irene-lisboa
Sítio do Instituto Irene Lisboa - biografia da autora -  http://www.iil.pt/artigo.asp?id=3



Para desvendares um pouco mais da vida e obra desta mulher e escritora invulgar, consulta o sítio seguinte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Irene_lisboa



Isabel Aires

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